Todo ponto de vista é apenas a vista de um determinado ponto.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

World Expo Shangai - 2010 (Cobertura)

Uma vez por dia (prometo tentar) haverá um post aqui no blog a respeito de um dos pavilhões da Exposição Mundial de Shangai, 2010.
Colocarei em ordem de apresentação dos próprios organizadores pois nem todos os 200 países do mundo se proclamaram ainda. No post de hoje, o primeiro pavilhão anunciado, Austrália:
Infelizmente essa é a única imagem divulgada. Com o tema "Cidade melhor, Vida melhor", o pavilhão australiano busca levar o visitante à uma viagem ao seu país, ilha com os mais variados ecossistemas, mas também falará de sua vida urbana e de soluções interessantes encontradas pelo seus habitantes.
A primeira parte, chamada "jornada", fala da história e da construção da sociedade Australiana, além de mostrar o território e as paisagens da nação.
A segunda parte é um grande salão multimídia aonde passam diversos filmes e documentários sobre o país e suas cidades. E a jornada termina em um terceiro espaço aonde os visitantes poderão experimentar a comida australiana, além de conhecer seus produtos.

Resumindo, com uma descrição bem genérica dessas e apenas uma imagem, pouco dá para se saber sobre esse pavilhão.
Percebo que sua volumetria externa é claramente inspirada no Ayers Rock (veja ele logo abaixo) e, assim como a lendária cúpula de pedra australiana, o pavilhão consegue inspirar algum mistério sobre si próprio além de remeter rapidamente ao seu país.
cool Man, mas ainda sim preferia alguma alusão ao Crocodilo Dundy
! Ayers rock

Quem vê cara...


"Os humanos, como outros primatas, são um bando gregário. Gostamos da companhia uns dos outros. Somos mamíferos, e o cuidado dos pais com o filho é essencial para a continuação das linhas hereditárias. Os pais sorriem para a criança, a criança retribui o sorriso, e com isso se forja ou se fortalece um laço. Assim que o bebê consegue ver, ele reconhece faces, e sabemos agora que essa habilidade está instalada permanentemente em nossos cérebros. Os bebês que há 1 milhão de anos eram incapazes de reconhecer um rosto retribuíam menos sorrisos, eram menos inclinados a conquistar o coração dos pais e tinham menos chance de sobreviver. Nos dias de hoje, quase todos os bebês identificam rapidamente uma face humana e respondem com um sorriso bobo.
Como um efeito colateral inadvertido, o mecanismo de reconhecimento de padrões em nossos cérebros é tão eficiente em descobrir uma face em meio a muitos outros pormenores que às vezes vemos faces onde não existe nenhuma. Reunimos pedaços desconectados de luz de sombra, e inconscientemente tentamos ver uma face. O homem na Lua é um desses resultados [...], há muitos outros mais."

Carl Sagan - O mundo Assombrado Pelos Demônios

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Joaquim Guedes (1932 - 2008)

Luto.






Texto
sobre o arquiteto no vitruvius.
Também uma entrevista com o arquiteto.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A arquitetura da Felicidade - Gosto de Discute

Primeiro capítulo da série baseada no livro "A Arquitetura da Felicidade" de Alain de Botton, com apresentação do autor e com legendas em português. Nesse primeiro capítulo, uma interessante e acessível discussão sobre beleza, de Corbusier a Dubai.











Caso tenham se interessado, comprem o livro aqui

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Dubai - Dinamic Tower

Seguindo a série sobre Estripulias arquitetônicas dos Emirados Árabes, iniciada pelo Thiago:

Contribuição enviada pelo professor Álvaro Giannini, esse edifício é a última de Dubai. A idéia, apesar de espetaculosa, é até bastante interessante: um edifício dinâmico onde sua volumetria se modifica ao bel prazer de seus ocupantes através de um tronco central onde se localizam estrutura e circulação vertical. Fiquei pensando logo de cara como deve ter sido difícil pensarem em sistemas hidráulico e elétrico que se adaptassem às locomoções do andar disco. Mas como dizem, com Ove Arup do seu lado, você pode fazer de tudo, só não descobriram ainda (AINDA) como flutar.

O interessante porém, e algo que eu realmente nunca havia visto, é como funciona um portifólio de vendas para SUPER-MILIONÁRIOS. O que estou habituado a ver são esses folders para classe-média voltados para a "família Feliz", que deixam qualquer dona de casa ingênua babando.

+ aqui o papo é outro. Só Mulher Gostosa e Ferrari! Deve estar vendendo igual água!

Vocês já sabem mas não custa dizer denovo, só clicar nas imagens para aumentá-las.


















terça-feira, 22 de julho de 2008

Ficção Científica?

Se Brasília foi a cidade completamente projetada sob os moldes modernistas, como seria a cidade projetada ás vistas da arquitetura contemporânea?
A receita é simples: Eco-consciência e tecnologia de ponta, para engrossar o caldo invista os zilhões de dóllares do petróleo dos Emirados Árabes e chame a Tia Nastácia da arquitetura internacional: Foster+Partners.


O prato:




A empresa MASDAR Abu Dhabi Future Energy Company, através da Masdar Initiative criou junto a Foster+Partners este projeto que ocupará 6 milhões de metros quadrados completamente sustentáveis. A idéia se baseia nos princípios das cidades muradas, e pretende criar uma comunidade neutra em unidades de carbono e com desperdício zero. Não existirão carros pessoais, mas sim um sistema de trasporte público a cada 200 metros no máximo. Além disso, todas as vias serão estreitas, para melhorar a relação com o pedestre.

A cidade se desenvolverá em duas fases, e suportará uma população de até 47500 habitantes, e será um centro para o desenvolvimento de tecnologias limpas.
Estamos na era do correr atrás do prejuízo. Depois de termos sugado até o bagaço do nosso planeta, resta a nós arquitetos e futuros arquitetos tomarmos a frente, e levar a sustentabilidade como fator decisivo de projeto.
Provavelmente nunca teremos a chance de projetar uma cidade auto-sustentável, mas é nossa obrigação levarmos isso a qualquer projeto, até da famosa casinha de cachorro, e não nos encostarmos na desculpa de os fatores culturais e econômicos nos impedem. Correndo o risco de soar clichê, mas hoje o futuro está nas mãos dos arquitetos mais do que nunca.
Video que vale a pena:

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Villa Savoye

Villa Savoye projetada por Le Corbusier e construída entre 1928 e 1931, é provavelmente a casa mais icônica de toda a História da arquitetura. Todos sabem da sua importância como manifesto da arquitetura moderna, dos 5 pontos do Lele etc. Mas para mim, esse vídeo é esclarecedor. Mesmo sendo uma compilação de fotos (com a musica in the end do linkin park rolando de fundo), foi a primeira vez que consegui ver os detalhes construtivos, de cores, revestimentos, etc. 6 minutos bem gastos na minha opinião. (6 minutos só fazem tanta diferença no mês de entrega de PA!!!)
Aproveitem e deêm uma olhada nesse link, ótimo estudo de caso(a)!

Paulinho do além-mar

Como já sabem, cliquem nas imagens para aumentá-las.




Como noticiado em primeira mão pelo blog do alencastro há alguns meses atrás, Paulo Mendes da Rocha se encarregaria da construção do novo Museu dos Coches em Lisboa, Portugal. Ao que parece, o projeto foi apresentado para os lusitanos no dia 9 último e já está gerando bastante polêmica, como de praxe. As obras começam em dezembro e o projeto fica pronto, aparentemente, antes de 2010.

Confiram abaixo das imagens o texto de um site português que cobriu a história.

Caso também se interessem, assistam ao vídeo.

Imagens do atual museu:



Representações da intervenção de PMR:













"Projecto do novo Museu dos Coches, em Lisboa, foi apresentado hoje

Um museu branco suspenso no ar
Por Graça Rosendo

O prestigiado arquitecto brasileiro Paulo Mendes da Rocha revelou ao SOL como vai ser o novo Museu dos Coches, em Belém, Lisboa, que deverá estar pronto em Outubro de 2010 para a celebração do centenário da República

Dez metros de pé direito, uma parede branca que se adivinha sem fim e uma sala que se estende por 130 metros, «maior que um campo de futebol».

Será aqui, sob temperatura, luz e humidade controladas ao milímetro, que, a partir de Outubro de 2010, passarão a estar expostos os cerca de 60 coches antigos – uma colecção única no Mundo e que Lisboa vai passar a mostrar num novo museu que mistura História e alta tecnologia, que junta linhas modernas à fruição aberta de uma das mais antigas zonas da capital portuguesa.

«O chão vai estar livre. Decidimos que esta seria uma grande construção, mas que não obstruísse a fruição daquele espaço».

Paulo Mendes da Rocha, arquitecto e urbanista brasileiro reconhecido mundialmente (Prémio Pritzker em 2006), é o autor da «caixa que vai guardar este tesouro».

Foi ele que, olhando à volta – o rio, os Jerónimos e o Centro Cultural de Belém, o jardim e as casas antigas da Junqueira e o comboio que passa -, decidiu que esta ‘caixa’ teria de ser construída a 4,5 metros do chão para permitir que «as pessoas continuem a passear naquela zona» sem impedimentos. «Houve, de facto, aqui um desafio duplo», explica.

«A primeira premissa era a necessidade de construir algo que permitisse conservar, guardar mas, ao mesmo tempo, expor artefactos (os coches) que têm uma originalidade intransponível: o seu significado histórico indizível, a dimensão inesperadamente grande e um aspecto barroco mas muito frágil», conta o arquitecto ao SOL na primeira entrevista dada em Portugal sobre o projecto do novo Museu dos Coches, antes da sua apresentação pública pelo Governo, esta quarta-feira, ao final do dia.

«Mas havia outra questão a considerar, que era a implantação urbana disto tudo, com os velhos bairros ao lado, o rio e os seus cruzeiros em frente, os jardins e o passeio ao ar livre, e os monumentos que já ali existem», acrescentou.

Por isso, «decidimos que esta grande construção teria de ficar elevada a 4,5 metros do chão», por baixo da qual o espaço aberto ficará sem restrições. Logo ali ao lado, as casas antigas da Rua da Junqueira terão como jardim das traseiras este imenso espaço aberto.

«A vista para o rio mantém-se», sem impedimentos, sem armadilhas, assegura Paulo Mendes da Rocha.

Conforme explicou, o edifício principal do novo Museu será suportado por uma estrutura metálica, assente sobre quatro colunas, no centro da qual vai ver-se, apenas, a estrutura de suporte dos dois elevadores hidráulicos, para 75 pessoas no máximo cada um, que darão acesso ao interior do Museu.

O edifício principal vai alojar apenas o Museu. Ao lado, numa espécie de anexo, será construído um outro edifício mais pequeno, «em tom de cristal», como comentou o arquitecto brasileiro.

«Aqui ficará instalada a direcção do museu, os serviços administrativos e os espaços de apoio aos visitantes. Isto de um lado do anexo – porque, do outro, com um vidro aberto sobre o Jardim do Império como parede, ficará um restaurante requintado», previsto desde o inicio no projecto do novo Museu, e cuja concessão permitirá a sustentabilidade financeira de todo o espaço.

O branco domina, tanto por fora, como por dentro. «Porque os coches já são muito coloridos», explica Mendes da Rocha. E porque é por causa deles que tudo isto se faz.

Lá dentro, à vista dos visitantes que se espera atinjam o milhão por ano, a extensa parede branca de 130 metros não vai servir apenas como pano de fundo morto para dar vida a «estes artefactos históricos enormes».

«A ideia é que, por detrás de cada coche, sejam projectadas imagens, filmes, etc, que tenham a ver com ele, com a sua época histórica ou com a sua história específica», conta Nuno Saraiva, o arquitecto responsável pelo projecto interior, ao lado de Mendes da Rocha.

Além disso, «haverá também sons associados a cada coche – o barulho de cavalos, de espectáculos, etc – e que também terão apenas a ver com ele».

A tecnologia associada à exposição, concebida em exclusivo para este Museu, permite fazer ainda mais: «As imagens e os sons associados a cada coche vêem-se e ouvem-se apenas numa determinada área, em volta deles, e deixam de ser ouvir assim que nos afastamos ligeiramente», revela Nuno Sampaio, que ainda acrescenta: «Finalmente, as visitas ao Museu vão ser personalizadas», ou seja, a cada cartão de visitante está associado um chip com a informação sobre a idade e os interesses do visitante.

«Esse cartão accionará um tipo de guia, em cada momento da exposição. Porque aquilo que interessa às crianças é diferente do que me interessa a mim, como arquitecto, ou a um visitante alemão, que seja mecânico, por exemplo». Assim, a informação que vai surgindo e que vai estando disponível junto de cada objecto exposto será diferente, consoante o tipo de visitante que se é.

O projecto do Novo Museu dos Coches vai custar 31,7 milhões de euros e será financiado com as contrapartidas da concessão do jogo no Casino de Lisboa.

Apesar dos atrasos que se têm verificado no projecto da frente ribeirinha, onde o novo Museu foi integrado – a demora na aprovação do projecto global, os conflitos com a Câmara Municipal de Lisboa e a recente demissão de José Miguel Júdice da liderança deste projecto -, o ministro da Economia, Manuel Pinho, assegura que os prazos previstos para a abertura do museu serão cumpridos.

«A obra estará pronta em Outubro de 2010, em termos expositivos», disse ao SOL.

Também os autores do projecto dão garantias de que «tudo será feito para cumprir os calendários».

«O projecto inicial do parque de estacionamento subterrâneo, sob o edifício do novo museu, foi abandonado, entre outras razões, precisamente porque ia demorar muito tempo a construir», explicaram ao SOL.

Em alternativa, revelam os arquitectos, a equipa propôs ao Governo a construção de um silo automóvel, diante do novo Museu dos Coches mas do outro lado da Avenida da India, com o qual o edifício de Paulo Mendes da Rocha terá uma ligação pedonal, seis metros acima do solo, sobre a avenida e a linha do comboio.

Este silo, que o arquitecto brasileiro também vai projectar, está pensado para ser, para além de um parque de estacionamento, um equipamento cultural, devendo ainda incluir um restaurante, no topo, com vista sobre o rio e a cidade."

fonte


domingo, 20 de julho de 2008

Gerard Monnier - UFJF 2007




Gerard Monnier é um dos historiadores de arquitetura mais conceituados no mundo hoje por ajudar a modernizar a produção acadêmica e o ensino de História da Arquitetura.

No ano passado o historiador francês deu uma palestra sobre a evolução técnica e conceitual da História da Arquitetura durante o sec. XX, na UFJF, uma aula que eu orgulhosamente assisti. Me lembrei dessa palestra enquanto ajeitava minha papelada e encontrei algumas anotações feitas naquele dia. Através dessas anotações, lembrei que havia feito uma pergunta ao historiador no final da palestra, só não lembrava que a resposta do professor era tão interessante. Transcrevo então, aqui, a parte final da anotação:

"Pergunta a Monnier: Qual a importância real de uma 'História da Arquitetura' para uma época onde aparentemente a população, ao menos a leiga, nem com a arquitetura atual se importa?

Resposta de Monnier: É uma batalha."



ps.: Lembrei de uma coisa engraçada nessa palestra. No momento em que eu fiz essa pergunta, a tradutora Traduziu a palavra LEIGA como NEGRA. Ou seja, pareceu que eu estava achando ruim da população "negra" não se importar com a arquitetura. Nisso o sr. Monnier arregalou o olho pro meu lado e, no momento em que estava pronto para gritar NAZISTA várias pessoas do auditório gritaram para a tradutora corrigir a frase! haeheahaeheaheahea Sufoco do cacete!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Vida longa ao Rei !

Niemeyer 30-40 anos




Niemeyer 60-70 anos


Niemeyer 100 anos



Niemeyer 120 anos


Niemeyer 140 anos