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terça-feira, 20 de maio de 2008
Sobre Gustave Doré
Desde minha tenra infância me lembro de de imagens renascentistas bíblicas espalhadas pela casa. Minha mãe tinha (e ainda tem) uma Bíblia ilustrada com quadros do alto renascimento.
Em termos acadêmicos o compêndio é uma merda. Tem afrescos de Michelângelo interrompidos por algum quadro de Caravaggio, que logo após é sobre posto por algum de Tintoretto ou Giotto e por aí vai. Acho que nem a ordem cronológica das cenas bíblicas é respeitada, vai imaginar a cronologia artística (trecento, quatrocento, etc.).
+ enfim, aquilo marcou minha infância.
Quando nos mudamos para o nosso atual apartamento, minha mãe andou organizando alguns livros e desenpacotou uma "Divina Comédia" bilíngue gigante, de + ou - um A3 de tamanho. Toda esculhambada de uso, tinha uns carimbos do antigo colégio que ela trabalhava. Pelo que ela me explicou, o colégio faliu e deu os livros para os professores, cada um podia pegar o que quisesse e a minha mãe que não é burra nem um pouco tascou o livro do Dante.
Eu com meus 8 anos, li "Divina Comédia" na capa logo pensei, deve ser engraçado né. Comecei a folhear, não entendi porra nenhuma, claro - aliás, tentei ler ao menos o INFERNO ano passado e ñ entendi de novo - + o livro tinha algo que ia além disso: as ilustrações de Gustave Doré. Como uma continuação das imagens bíblicas que me marcaram, Doré foi avassalador! Passava horas olhando imagens dos três tomos, observando todos os detalhes. Acho até q foi isso q me viciou no nanquim, não sei.
portanto, pra quem está se perguntando, quem é Doré, aí vai algumas imagens extraídas da própria net e uma biografia da Wikipedia:
Paul Gustave Doré (Estrasburgo, 6 de janeiro de 1832 — Paris, 23 de janeiro de 1883) foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Seu estilo se caracteriza pela inclinação para a fantasia, mas também produziu trabalhos mais sóbrios, como os notáveis estudos sobre as áreas pobres de Londres, realizados entre 1869 e 1871.
Filho de um engenheiro, começou a desenhar já aos treze anos suas primeiras litogravuras e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado "Les travaux d'Hercule" (Os Trabalhos de Hércules). Aos quinze anos engajou-se como caricaturista do "Journal pour rire", de Charles Philipon. Neste mesmo ano - 1848 - estreou no Salão com dois desenhos a pena.
Em 1849, com a morte do pai, já reconhecido apesar de contar apenas dezesseis anos. Passa a maior parte do tempo com a mãe. Em 1851 realiza algumas esculturas com temas religiosos e colabora em diversas revistas e com o "Journal pour tous".
Em 1854 o editor Joseph Bry publica uma edição das obras de Rabelais, contendo uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 a 68 realiza a ilustração dA Divina Comédia, de Dante Alighieri
Após algum tempo desenhando diretamente sobre a madeira e tendo seus trabalhos gravados por amigos, iniciou-se na pintura e na escultura, mas suas obras em tela e esculturas não fizeram tanto sucesso como suas ilustrações em tons acinzentados e altamente detalhadas.
Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia.
Sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Contos jocosos, de Honoré de Balzac (1855);Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863);O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge; contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.
Em 1869, Doré foi contratado para ilustrar o livro Londres: Uma Peregrinação, muito criticado por, supostamente, retratar apenas a pobreza da cidade. Mas apesar de todas as críticas, o livro foi um sucesso de vendagem na Inglaterra, valorizando ainda mais o seu trabalho na Europa. Ganhou muito dinheiro ilustrando para diversos livros e obras públicas, mas nunca abriu mão dos trabalho desenvolvidos apenas para seu prazer pessoal.
Gustave Doré morreu aos 51 anos, pobre, pois todo o dinheiro que havia ganho com o seu trabalho foi utilizado para quitar diversas dívidas, deixando incompletas suas ilustrações para uma edição não divulgada de Shakespeare, entre outros trabalhos.
Legado
Gustave Doré foi um marco na arte da ilustração, influenciando os ilustradores que o sucederam.
Na pintura encontram-se suas principais obras: L'Enigme (hoje no Musée d'Orsay) e Le Christ quittant le prétoire (1867-72), um painel medindo 6 metros de altura por 9 de comprimento. Este quadro foi restaurado entre 1998-2003, pelo Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Estrasburgo, num salão dedicado a este fim e que ficou aberto à visitação durante todo o trabalho.
Em 1931 Henri Leblanc publicou um catálogo que procedeu ao inventário completo das obras de Doré, contendo 9.850 ilustrações, 68 libretos musicais, 5 cartazes, 51 litografias originais, 54 sumi-e, 526 desenhos, 283 aquarelas, 133 pinturas e 45 esculturas.
Se alguém leu até aqui é pq é mto atoa!
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