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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Idiota, de Dostoievski

São Petersburgo no séc. XIX, onde se passa o Romance

"Se existe Deus, Dostoievski foi maior que Deus quando escreveu "O Idiota".

(Doutor Paulo Bezerra, um dos únicos tradutores de russo em atividade no Brasil em fala proferida durante uma aula de mestrado na UFF)



O Idiota, um dos 5 grandes romances de Dostoievski é o que estou lendo nesse momento e confesso que estou mais fascinado ainda com o autor do que quando li o "Crime e Castigo".
O herói do livro, como diz o título é um completo idiota, mas em um sentido de ingenuidade e bondade: quase uma criança, um bobo de tão bom, honesto e sincero.
Dostoievski, quando compôs esse personagem, estava fascinado nas figuras de Jesus Cristo e Dom Quixote, o que explica tanto as atitudes do príncipe Michtkin quanto complexo desfecho da trama (podem ficar tranquilos que eu não vou contar! hehe).
A sociedade enfrentada pelo idiota, como de praxe, é um microcosmo de tudo o que conhecemos, afinal quando falamos da nossa aldeia falamos do mundo. Porém não é sobre isso que quero falar.
Ao ler o livro, passei a descobrir diversos exemplos de Cristos e Quixotes espalhados pela nossa produção ficcional. De Cavaleiros do Zodíaco até filmes de Hollywood, a catarze do sofrimento/redenção, luta/vitória é o que nos mais interessa. A beleza do martírio comove. Rocky Balboa treinando feito um desgraçado no pedaço de carne é o que faz a luta ser interessante. Dostoievski buscava criticar a corrompida sociedade russa, mas acabou apontando para outros lados. A estética da dor.


ps.: quem quiser o livro emprestado, só falar.

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