Todo ponto de vista é apenas a vista de um determinado ponto.

terça-feira, 27 de maio de 2008

POST 101

Após 100 posts ainda estou aqui!

A coisa ta preta, mês final de P.A. e mais um punhado de coisas acontecendo. No mais tardar posto algo realmente novo aqui!

domingo, 25 de maio de 2008

Ainda sobre Blindness, mas também sobre Saramago e Meirelles

Acompanhei a performance do filme Blindness, em Cannes, através do filtro da imprensa brasileira, o que foi muito confuso. Nos sites www.globo.com , www.terra.com.br e www.uol.com.br, todas as notícias apontavam para uma recepção morna, dividida e sem palmas ou ovações em Cannes. No dia seguinte, ao pegar a Folha de São Paulo, na faculdade, descobri que havia duas apresentações: uma para a imprensa (a que foi morna) e outra para artistas, em que o filme foi ovacionado de pé por incríveis 5 minutos.Surgiu em mim algo como um alívio, mas não foi o bastante. Corri para o Www.rottentomatoes.como para descobrir se já havia alguma crítica, mas só 4 americanos haviam opinado sobre o filme. A crítica americana só daria seu parecer real quando o filme saísse comercialmente e isso certamente iria demorar, e eu não fazia idéia se existia site de crítica francesa, além do que eu não sei falar francês. Só podia me contentar mesmo com a expectativa.Mas, por que eu estaria tão ansioso com a aceitação de um filme, só por que é brasileiro? Por que há atores hollywoodianos? Orçamento de U$50 milhões? A resposta era Saramago. Mas também Meirelles.Quando começou, eu não sei ao certo. Os livros do Saramago surgiram e começaram a passear pela minha casa logo após o seu Nobel, em 98, e eu logo fiquei sabendo que Saramago era um nome que remetia a um autor português. Mas ler um romance dele era algo fora do meu alcance. Tive que esperar até os 16 para ler Levantado do Chão, em uma viagem de ônibus, e fiquei, de cara, chocado com a forma cruel e ao mesmo tempo melancólica como o autor conduz a tragetória desgraçada de seus personagens e o ritmo livre e descompassado de sua fala, onde não há quase nenhuma pontuação ou ordem que obrigue a interpretar de forma única a sentença que for. Forma de escrever que, em uma tentativa mesquinha e fajuta de homenagem, digito esse post. Após Levantado do Chão, passei anos sem o reencontrar, até que um amigo de nossa família, em viagem à Espanha, nos mandou um e-mail falando que assistiu a um discurso do velho luso, um texto de aceitação ao título de doutor Honoris Causa da Universidade Autonoma de Madrid. Na mensagem anexada, esse amigo falava de Saramago e de como o romance Ensaio Sobre a Cegueira havia mudado sua vida. O discurso abaixo, arrebatador, foi o que me fez ler Ensaio Sobre a Cegueira:
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Discurso de Investidura de don JOSÉ SARAMAGO

Magnífico Reitor da Universidade Autónoma de Madrid
Ilustres Professores
Estimados Alunos
Senhoras e Senhores

Com uma generosidade para a qual dificilmente eu encontraria a palavra justa de agradecimento, quis o Claustro Universitário desta Universidade que me fosse atribuído o grau de Doutor “Honoris causa” em Literatura, supostamente por terem sido achados no meu trabalho de escritor méritos que, como é óbvio, não me competirá a mim confirmar ou contrariar. Limitar-me-ei a relativizá-los, não por exagero de uma modéstia congénita ou por prudência táctica adquirida com a passagem do tempo, mas por uma exigência de espírito que já se tornou em mim segunda natureza. Autorizo-me a crer, porém, que se é verdade ter vindo a este acto com a legitimidade de quem a ele foi expressamente convocado, verdade é também que não me apresento aqui com as mãos vazias. Trouxe de casa algum trabalho, esse que o Prof. Tomás Albaladejo com não menor generosidade acaba de comentar, isto é, alguns livros, algumas ideias, algumas reflexões, uma ponte de palavras por onde intento chegar aos meus leitores, com a esperança de que possam encontrar nelas, não apenas o Autor, mas o homem real, a simples pessoa que sou. Não peço mais porque é o máximo que estou a pedir.

Magnífico Reitor, Senhoras e Senhores,

Da alegoria como género à alegoria como necessidade. Aqui estaria um bom título para as palavras que me proponho ler-vos, se a intenção fosse demonstrar que a alegoria é uma necessidade para toda a gente nos tempos que correm. Quero, sim, explicar como e porquê ela se tornou numa necessidade para mim. Por outro lado, embora a frase inicial o parecesse anunciar, não vim para falar-vos, em pormenor, sobre a alegoria como género: tenho a certeza de que qualquer dos estudantes que aqui se encontram saberá do assunto muito mais do que eu. Em todo o caso, para que não se imagine que sou de todo desconhecedor da matéria, recordo três casos famosos de ficção alegórica na Literatura Portuguesa: o de Gil Vicente com os seus Autos das Barcas, o do Padre António Vieira com o seu “Polvo”, o de Eça de Queirós com o seu Mandarim. Apresentado certificado de habilitações literárias elementares, posso seguir adiante...

Para explicar melhor aonde pretendo chegar quando me refiro à alegoria como uma necessidade minha, reportar-me-ei a um dos meus romances, o Ensaio sobre a Cegueira. Creio ser evidente para quantos se interessam pelo que escrevo que, com esse livro, se abriu uma nova fase, um novo ciclo no meu trabalho. Sem que nessa altura disso me tivesse apercebido e muito menos que resultasse de um plano concebido de antemão, a História do Cerco de Lisboa havia sido a última obra de uma sequência de romances iniciada com Manual de Pintura e Caligrafia em que os sujeitos principais e quase obsessivos foram a história portuguesa e a indagação sobre a nossa identidade colectiva. Poder-se-á afirmar, portanto, que O Evangelho segundo Jesus Cristo veio tomar o lugar de uma charneira entre duas épocas distintas, uma insólita excursão ao “divino” depois de ter andado a viajar pelo plural e antes de aventurar-me ao singular, humanos um e outro.

Há alguns anos, na Universidade de Turim, expus à consideração de quem me escutava a ideia de que até ao Evangelho eu não teria feito mais que andar a descrever estátuas. Ainda que em geral não o pensemos quando observamos uma escultura, a estátua, cuja imagem recebemos em toda a sua complexidade material e conceptual, é, tão-somente, a superfície da pedra. Ao escrever o Ensaio sobre a Cegueira, encontrei-me como se estivesse a passar para o interior da estátua, lá onde a pedra, se alguma coisa sabe, saberá que é pedra, mas não que é estátua. É pois com o Ensaio sobre a Cegueira que a alegoria entra no meu trabalho, não porque assim eu o tivesse querido, mas porque o próprio assunto do romance mo impôs. O que poderia ter sido descrito de acordo com as técnicas, os modos e os processos do romance realista, passara a ocultar-se por trás dos véus da alegoria para assim se tornar mais visível. Foi a primeira obra de uma fase que se veio prolongando até hoje e sobre cujo futuro não me atreverei a fazer demasiadas previsões...

Porquê, então, a alegoria? Porquê um processo que, ao longo do tempo, parecia haver esgotado as suas potencialidades? Porquê um sistema de comunicação que, com demasiada frequência – sobretudo nas artes plásticas, sobretudo na pintura – pareceu divertir-se a propor adivinhas abstrusas a observadores em geral mal informados, em vez de (como teria sido seu propósito inicial) dizer as coisas de outro modo para que de outro modo fossem compreendidas? Em Ensaio sobre a Cegueira descrevi um mundo em que o respeito humano e a dignidade se perderam, representação de um novo inferno donde estão ausentes os tópicos tradicionais, mas que não é, por isso, menos horrível. Para tal tive de abandonar a metáfora de Stendhal, aquela do espelho à beira da estrada reflectindo o que vai passando, e usar um outro espelho, um pouco plano, um pouco convexo, um pouco côncavo, em mãos de um narrador ubíquo, presente em toda a parte. Não fui, obviamente, o primeiro romancista a proceder assim, mas fi-lo com a consciência de que um tempo havia terminado ou estava a terminar, de que o romance teria de ser algo mais que a transposição literária de um simples fenómeno óptico, um espelho inerte à espera de quem por ali passasse.

No século XIX, quando o jornalismo ainda estava na infância, o romance realista objectivou-se como uma reportagem sistemática da vida social do tempo. Foi uma revelação de choque, uma visão revulsiva, e, graças a essa determinação, não poucas obras-primas enriquecerem a literatura mundial. Mas os tempos vão mudando, as sociedades vão-se transformando, e aquilo que antes havia sido, de alguma forma, uma das missões do romance, passou a ser assumido (com resultados raras vezes felizes) pela televisão. Não quer isto dizer que o romance assim entendido tenha deixado de justificar-se como algo mais que uma mecânica e epigonal repetição, pretendo, sim, transmitir-vos uma ideia que me é cara, a de que o romance, pouco a pouco, tem vindo a transitar para uma nova função, a qual, sem excluir, naturalmente, a anterior, se enfrenta a uma tarefa para a qual não parecia que tivesse nascido: a de pensar... Continuarão a escrever-se histórias de intriga, de acidentes, de peripécias, e esses livros serão bons, medíocres ou maus consoante a altura a que possam chegar a habilidade, a imaginação ou o talento dos seus autores. Em todo caso, creio que, passo a passo, o romance tem vindo a abrir-se, não só ao ensaio, mas também à filosofia, à ciência, à poesia, ao drama. O romance já não como um género específico, com regras definidas, mas como um espaço literário, como um enorme oceano para onde vêm confluindo todos os rios da multiforme expressão literária. O romance, enfim, como uma nova suma: de conhecimentos, de intuições, de experiências, de percepções. Os traços do trânsito do ser humano no planeta, restos, indícios, sinais.
Dir-se-á talvez que estou a privilegiar o romance em detrimento dos outros géneros. De modo algum. O que intento sugerir é que são as próprias transformações sociais que nos estão levando a um tipo diferente de romance, e que nesse romance novo pôde ter vindo ocupar lugar algo tão fora de moda como a alegoria, mas uma alegoria cujos significados não jogam às escondidas com o leitor, não se disfarçam, apenas se iluminam a outra luz. Ahistória que se conta em Ensaio sobre a Cegueira poderia ter sido escrita em plena obediência aos cânones do romance realista stricto sensu, mas permito-me duvidar que, em tal caso, a impressão causada pudesse ser tão forte como a que efectivamente veio a verificar-se. Ensaio sobre a Cegueira utilizou a alegoria para que a sensação de realidade fosse levada, em algum momento, até aos limites do suportável. Quando o Padre António Vieira, no século XVII, alegorizou sobre o “Polvo”, esse símbolo da traição e da voracidade, denunciando os vícios reais de carácter dos seus ouvintes ao pô-los em paralelo com os supostos defeitos morais do cefalópode, fazia obra de rectificação ética e de edificação religiosa. O método talvez tenha causado algum efeito corrector dos costumes naquele tempo, mas é duvidoso que lograsse os mesmos resultados nos nossos dias.

A história narrada em Ensaio sobre a Cegueira não se situa em nenhum lugar geograficamente definido, as personagens não são designadas pelo nome que tenham, vive-se como no interior de uma nebulosa. Estão ausentes quaisquer referências topográficas e toponímicas, mas o leitor compreende, desde a primeira linha, que é do seu mundo que se fala ali. Implicitamente, o autor inclina-se para a possibilidade de que certas formas de comunicação literária, desgastadas pelo uso, pela repetição, estão em vias de esgotar-se, apresentando-se como um irremediável déjà vu. Ao escrever o Ensaio sobre a Cegueira, o autor não pretendeu elevar a alegoria à altura de panaceia literária universal. Simplesmente, colocado perante o seu assunto, atreveu-se a pensar que uma cegueira cientificamente inexplicável talvez fosse capaz de fazer perceber ao leitor muitas mais coisas que uma sequência de frias descrições didácticas. Sem ignorar, note-se, o que de inevitavelmente didáctico existe na própria alegoria, onde, como se sabe, nada é inocente.

Todos estamos conscientes de que as palavras vão perdendo sentido, diminuem de espessura, tornam-se frágeis, quebradiças, e logo são já poeira. Mais que inventar palavras novas, o escritor deveria ver-se a si mesmo também como um re-criador das palavras velhas e usadas, insuflando-lhes nova substância, não apenas isoladamente, uma por uma, mas na sua relação com as demais, como se estivessem iluminando-se, infinitamente, umas às outras. Como um jogo de espelhos que fosse ao mesmo tempo um jogo de luzes. Talvez, se utilizada conforme ao preceito quantum satis, digamos, homeopaticamente, a alegoria possa deixar de ser um instrumento de trabalho posto de lado por inservível, para ganhar um rosto novo, algo que, parecendo ter sido criado dos pés à cabeça no momento, transporta em si todas as sabedorias passadas, os ecos doutras épocas e doutros lugares, os murmúrios rumorosos da vida. Não é necessário que abandonemos as histórias dos Antónios que conheceram Marias e se apaixonaram por elas, que depois casaram e foram felizes. Os Antónios e as Marias continuarão a apaixonar-se até ao fim do mundo e serão felizes ou infelizes por razões que são deles e não nossas, ainda que o romance que lhes conta a vida nos queira fazer crer que aquilo que é de uns, é de todos. Mas a indagação, a busca, o desvendamento desse estranho animal que é o ser humano, essa descida de espeleólogo sem lanternas nem cordas de segurança a que se entrega o escritor, talvez encontrem um novo caminho nesse romance aberto aos quatro ventos, nesse oceano aonde vieram juntar-se todas as águas da criação.

Literariamente, tudo quanto desde este ponto de vista sucedeu ao longo do século XX começou com Franz Kafka. Kafka é a chave, o momento, o ponto a partir do qual as literaturas europeias (pelo menos elas) inflectem o seu rumo e tomam outra direcção. E, se não me equivoco demasiado, é também na obra de Kafka que se nos apresenta, pela primeira vez com meridiana claridade, o que tem sido designado por alegoria de situação. Em minha opinião, a alegoria de situação deveria rejeitar sem contemplações os códigos de significações imutáveis sustentadas pela tradição, os quais não requerem da parte do leitor maior perspicácia que perceber que o polvo vai significar traição, que o galo vai significar vigilância, e que uma balança equilibrada significará justiça. A alegoria de situação necessitará muito mais do que isso para ser satisfatoriamente convincente e produtiva.

Na alegoria de situação que é Ensaio sobre a Cegueira não se encontra nenhum elemento (pelo menos assim o crê o seu autor) de entre aqueles que esse tipo de alegoria terá de recusar se quiser que os fundamentos da sua proposta não venham a perder-se numa espécie de exercício charadístico, de enigma figurado, ou de palavras cruzadas. Neste romance, a cegueira geral é a situação da qual a alegoria irá deduzir-se, sem que para tal necessite apoiar-se em qualquer rede de alusões e referências pré-estabelecidas. Alegoria de situação é também a que vamos encontrar em A Caverna, quando o trabalho de um oleiro de barros rústicos deixa de ter utilidade numa sociedade de tecnologia avançada e o sistema económico implacavelmente o empurra para fora do mercado. O significado da alegoria ver-se-á reforçado com o descobrimento, no subsolo do gigantesco centro comercial em que decorre uma parte da acção, da mítica caverna de Platão, também ela alegoria, mas, aqui, ao mesmo tempo, real, com restos de seres humanos reais realmente atados de pés e mãos, que realmente olham as sombras projectadas na parede de caverna e crêem que elas são a única realidade conhecível. O centro comercial que no romance se descreve é, ele próprio, figuradamente, uma outra caverna que a alegoria platónica virá depois potenciar como exemplo de alegoria de situação. Também em outros dos meus últimos romances —Todos os Nomes, O Homem Duplicado, Ensaio sobre a Lucidez, e também no mais recente deles, As Intermitências da Morte— poderão ser identificados elementos de carácter alegórico, porém nunca isolados, nunca perseguindo os efeitos de uma identificação fácil, que lisonjeasse o leitor. Em todos os casos o que prevalece é uma proposta de situação que em simultâneo se apresenta como uma proposta de pacto. A história vai contar algo totalmente contrário ao senso comum, algo que até esse momento nunca havia sucedido, mas que o leitor, feitas as devidas abstracções, acabará por reconhecer como a realidade mesma com que lida todos os dias. No fundo, não invento nada, sou apenas alguém que se limita a levantar uma pedra e a pôr à vista o que está por baixo. Não é minha culpa se de vez em quando me saem monstros.

A última palavra, Magnífico Reitor, será para expressar o meu profundo reconhecimento pela honra que a Universidade Autónoma de Madrid me concedeu ao acolher-me entre os seus. Esforçar-me-ei, em todas as circunstâncias, por ser digno dela, por não desmerecer jamais do vosso bom juízo, graças ao qual me foram abertas as portas desta casa, que a partir de agora considerarei também minha.

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Ensaio Sobre a Cegueira foi certamente um dos 10 livros que mais marcaram a minha vida, e talvez por isso tanta ansiedade com o filme, precisava ver se o texto de Saramago havia sido honrado e mais, se a coragem de Meirelles em dirigir um filme sobre CEGUEIRA havia sido recompensada. Filme sobre cegueira, mas como, cegueira não se vê, como fazer um filme, arte audio-visual sobre cegueira. Essa coragem por si só já seria merecedora de todos os louros.

No entanto, ao fazer minha visita diária ao www.cinemaemcena.com.br/pv , blog do crítico brasileiro Pablo Villaça, assisti a um vídeo que me aliviou por completo:



Depois de uma dessas, pra que crítica francesa, japonesa, o escambal. Não sou eu que vou discordar de um Nobel emocionado. Aguardo ansioso, como todos vocês, ao lançamento do filme em Setembro no Brasil!

update: Acabo de ler que Blindness não ganhou a Palma de Ouro.

sábado, 24 de maio de 2008

Cuidado com a planta baixa!



Planta baixa é um negócio chato pra cacete e por isso mesmo pode destruir sua carreira de estagiário, se é que exista uma carreira de estagiário!

fonte: http://blog.miragestudio7.com

blog foda!

terça-feira, 20 de maio de 2008

Sobre Gustave Doré






Desde minha tenra infância me lembro de de imagens renascentistas bíblicas espalhadas pela casa. Minha mãe tinha (e ainda tem) uma Bíblia ilustrada com quadros do alto renascimento.
Em termos acadêmicos o compêndio é uma merda. Tem afrescos de Michelângelo interrompidos por algum quadro de Caravaggio, que logo após é sobre posto por algum de Tintoretto ou Giotto e por aí vai. Acho que nem a ordem cronológica das cenas bíblicas é respeitada, vai imaginar a cronologia artística (trecento, quatrocento, etc.).
+ enfim, aquilo marcou minha infância.

Quando nos mudamos para o nosso atual apartamento, minha mãe andou organizando alguns livros e desenpacotou uma "Divina Comédia" bilíngue gigante, de + ou - um A3 de tamanho. Toda esculhambada de uso, tinha uns carimbos do antigo colégio que ela trabalhava. Pelo que ela me explicou, o colégio faliu e deu os livros para os professores, cada um podia pegar o que quisesse e a minha mãe que não é burra nem um pouco tascou o livro do Dante.

Eu com meus 8 anos, li "Divina Comédia" na capa logo pensei, deve ser engraçado né. Comecei a folhear, não entendi porra nenhuma, claro - aliás, tentei ler ao menos o INFERNO ano passado e ñ entendi de novo - + o livro tinha algo que ia além disso: as ilustrações de Gustave Doré. Como uma continuação das imagens bíblicas que me marcaram, Doré foi avassalador! Passava horas olhando imagens dos três tomos, observando todos os detalhes. Acho até q foi isso q me viciou no nanquim, não sei.

portanto, pra quem está se perguntando, quem é Doré, aí vai algumas imagens extraídas da própria net e uma biografia da Wikipedia:

Paul Gustave Doré (Estrasburgo, 6 de janeiro de 1832 — Paris, 23 de janeiro de 1883) foi um pintor, desenhista e o mais produtivo e bem-sucedido ilustrador francês de livros de meados do século XIX. Seu estilo se caracteriza pela inclinação para a fantasia, mas também produziu trabalhos mais sóbrios, como os notáveis estudos sobre as áreas pobres de Londres, realizados entre 1869 e 1871.

Filho de um engenheiro, começou a desenhar já aos treze anos suas primeiras litogravuras e aos catorze publicou seu primeiro álbum, intitulado "Les travaux d'Hercule" (Os Trabalhos de Hércules). Aos quinze anos engajou-se como caricaturista do "Journal pour rire", de Charles Philipon. Neste mesmo ano - 1848 - estreou no Salão com dois desenhos a pena.

Em 1849, com a morte do pai, já reconhecido apesar de contar apenas dezesseis anos. Passa a maior parte do tempo com a mãe. Em 1851 realiza algumas esculturas com temas religiosos e colabora em diversas revistas e com o "Journal pour tous".

Em 1854 o editor Joseph Bry publica uma edição das obras de Rabelais, contendo uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 a 68 realiza a ilustração dA Divina Comédia, de Dante Alighieri

Após algum tempo desenhando diretamente sobre a madeira e tendo seus trabalhos gravados por amigos, iniciou-se na pintura e na escultura, mas suas obras em tela e esculturas não fizeram tanto sucesso como suas ilustrações em tons acinzentados e altamente detalhadas.

Com aproximadamente 25 anos, começou a trabalhar nas ilustrações de O Inferno de Dante. Em 1868, Doré terminou as ilustrações de O Purgatório e de O Paraíso, e publicou uma segunda parte incluindo todas as ilustrações de A Divina Comédia.

Sua paixão eram mesmo as obras literárias. Ilustrou mais de cento e vinte obras, como os Contos jocosos, de Honoré de Balzac (1855);Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes (1863);O Paraíso Perdido, de Milton; Gargântua e Pantagruel, de Rabelais; O Corvo, de Edgar Allan Poe; a Bíblia; A Balada do Velho Marinheiro, de Samuel Taylor Coleridge; contos de fadas de Charles Perrault, como Chapeuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida e Cinderela, entre outras obras–primas. Ilustrou também alguns trabalhos do poeta inglês Lorde Byron, como As Trevas e Manfredo.

Em 1869, Doré foi contratado para ilustrar o livro Londres: Uma Peregrinação, muito criticado por, supostamente, retratar apenas a pobreza da cidade. Mas apesar de todas as críticas, o livro foi um sucesso de vendagem na Inglaterra, valorizando ainda mais o seu trabalho na Europa. Ganhou muito dinheiro ilustrando para diversos livros e obras públicas, mas nunca abriu mão dos trabalho desenvolvidos apenas para seu prazer pessoal.

Gustave Doré morreu aos 51 anos, pobre, pois todo o dinheiro que havia ganho com o seu trabalho foi utilizado para quitar diversas dívidas, deixando incompletas suas ilustrações para uma edição não divulgada de Shakespeare, entre outros trabalhos.

Legado

Gustave Doré foi um marco na arte da ilustração, influenciando os ilustradores que o sucederam.

Na pintura encontram-se suas principais obras: L'Enigme (hoje no Musée d'Orsay) e Le Christ quittant le prétoire (1867-72), um painel medindo 6 metros de altura por 9 de comprimento. Este quadro foi restaurado entre 1998-2003, pelo Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Estrasburgo, num salão dedicado a este fim e que ficou aberto à visitação durante todo o trabalho.

Em 1931 Henri Leblanc publicou um catálogo que procedeu ao inventário completo das obras de Doré, contendo 9.850 ilustrações, 68 libretos musicais, 5 cartazes, 51 litografias originais, 54 sumi-e, 526 desenhos, 283 aquarelas, 133 pinturas e 45 esculturas.

Se alguém leu até aqui é pq é mto atoa!

VRAY 0 x 2 HENRIQUE




HUAEHUEAUHEAUHEUAHUAEUH
Depois de me aventurar em imagens internas agora saiu uma externa apresentavel!
Puta que o Pariu, Diagramar luz, sombra, material e profundidade é mto difícil, é o que eu estava conversando com o professor Piu outro dia: por mais que imagens digitais sejam feitas digitalmente (duH), o trabalho é completamente artesanal.


+ digo artesanal MESMO! Fiz a porra da luz, ficou forte. Apaguei a luz do meio ambiente (tipo o sol, sei la) q tava ligada junto, continuou forte. Diminui a luz q eu fiz até o extremo possível e ainda tava estourada.
O que me restou fazer? Criar Uma esfera de um material embassado, coloquei a luz la dentro dessa esfera e aí ela ficou do jeito que vocês estão vendo aí. Tem Lógica?
Gambiarra total!



ah, outro assunto nada a ver... quer dizer, vou falar disso ainda ñ! Deixa pro próximo post!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Obtuário

Morre Artur da Távola em uma semana e Zélia Gaitai na outra.
Que isso ñ vire moda!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

1001 filmes q vc deve ver antes de morrer

cortesia do Pablo Villaça, do Cinemaemcena:
( www.cinemaemcena.com.br/pv )

http://www.berbecuta.com/2008/03/14/1001-movie-you-must-see-before-you-die/

merda!
se eu vi 100 foi mta coisa!
haeuaheuhuaehuaeu
Não posso morrer nos proximos 35 anos!

terça-feira, 13 de maio de 2008

Sobre a Cegueira e sobre a ponte


Parece piada, falei tanto nessa ponte essa semana ( Ponte Roberto Marinho) que ela agora veio atrás de mim! Apareceu em uma das fotos promocionais da produção de um dos filmes que eu acompanho: Blindness (Adaptação de Ensaio da Cegueira, do Saramago), direção de Fernando Meirelles, o cara do Cidade de Deus.
Blindness estréia no circuito de premiações como o filme abertura do festival de Cannes, comercialmente eu não sei quando. O livro é um dos livros mais importantes da minha vida e eu espero que o filme faça juz.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sem comentários

http://emag.digitalpc.co.uk/cmpi/worldarch08.asp

entrem, leiam, etc.
Vale a pena

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Semi-Aposentadoria ou mudança de Norman Foster



Parece brincadeira, mas ñ é. O furo "brasileiro" é do Alencastro ( http://blogdoalencastro.blogspot.com ).

Que esquisito, na minha curta carreira arquitetônica é a primeira vez que presencio um dos grandes arquitetos vivos ser fonte de fofoca ou de qualquer notícia que não seja a construção de um museu novo em Dubai. Querendo ou não dá aquela sensação de que todos são estátuas atemporais, que sempre estiveram e estarão lá, no Star system.

Minto, lembrei agora do casamento de Niemeyer em 2006 com a dona Vera, aos 98 anos. Mas, ah.. ele é tupiniquim, nem conta.

Fonte original do The Times:

http://entertainment.timesonline.co.uk/tol/arts_and_entertainment/visual_arts/architecture_and_design/article3822530.ece

segunda-feira, 5 de maio de 2008



Tatuagem feita pra carol!
Niiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiice

sábado, 3 de maio de 2008

Fotos I



Renzo Piano em seu atelier